Há algum tempo estou
acompanhando, assim, bem a distância, os comentários sobre um tributo ao Legião
Urbana, com o ator Wagner Moura assumindo os vocais e a vez de front man de uma
das principais bandas do pop rock dos anos 80. Responsabilidade gigantesca,
principalmente tratando-se de um trabalho tão icônico, além do fato de a figura
de Renato Russo ter sido tão marcante. Ele estava para o Legião Urbana como
Fred Mercury estava para o Queen. Enfim,
missão ingrata. Mas acredito que a escolha de Wagner Moura se deu por conta da
sua atuação no filme VIPS, no qual o seu personagem imita Renato Russo em uma
festa, e, é claro, por se tratar de um astro em ascensão que é declaradamente
fã da banda brasiliense, o que torna idéia ainda mais interessante.
O tão propalado show aconteceu
nesta terça, dia 29 de maio. Não pude assistir, mas os posts na internet
classificavam a apresentação como “no mínimo” constrangedora. Até fiz um
comentário na minha conta do facebook, muito baseado nos depoimentos nada
elogiosos sobre a performance vocal do ator. Brinquei dizendo que nem o Capitão
Nascimento, personagem que ele interpreta no blockbuster brazuca “Tropa de
Elite” era tão corajoso. Um dia depois assisto a trechos do tal show no youtube para tirar minhas próprias conclusões.
Fato: Wagner Moura não é cantor,
pelo menos não é um "profissional" da área, já que canta como passa-tempo em sua
banda de rock. O peso maior de tudo está, principalmente, no fato de ele
assumir a frente de um show tão importante, já que essa foi a última
apresentação ao vivo da Legião Urbana e algumas músicas inclusive jamais foram
executadas antes. Mas o show não deveria ser encarado dessa forma. A beleza da homenagem não está nos aspectos técnicos e, obviamente, não houve a intenção de equiparar quem quer que fosse ao excêntrico vocalista da banda.
Muitos dizem que ele deveria ter recusado o convite e evitado o “vexame” (foi mesmo?). Talvez. Prefiro a leitura de que ele representava ali milhões de fãs, gente que passou a adolescência cantando e recitando os versos, muitas vezes indecifráveis, de Renato Russo. E acho até que o fato de ele não ser um “cantor” como se espera, serviu para aproximar o público daquele momento que foi de total catarse. Afinal, quem, na casa dos 30, nunca cantou as músicas da banda (desafinado mesmo) e ensaiou, de forma desajeitada, as performances pra lá de estranhas do Renato Russo? Alguns viram uma celebridade que aproveitou a situação para se promover, o que é uma análise rasa que ignora o ótimo momento de sua carreira, já que Wagner é considerado um dos melhores atores brasileiros de sua geração, e isso não é pouca coisa.
Eu vi um fã sincero que se divertia no palco, mesmo sem os atributos do seu ídolo, e, cá para nós: alguém esperava isso dele? O público cantou junto e foi difícil não me recordar dos meus já distantes dias de adolescente.
Muitos dizem que ele deveria ter recusado o convite e evitado o “vexame” (foi mesmo?). Talvez. Prefiro a leitura de que ele representava ali milhões de fãs, gente que passou a adolescência cantando e recitando os versos, muitas vezes indecifráveis, de Renato Russo. E acho até que o fato de ele não ser um “cantor” como se espera, serviu para aproximar o público daquele momento que foi de total catarse. Afinal, quem, na casa dos 30, nunca cantou as músicas da banda (desafinado mesmo) e ensaiou, de forma desajeitada, as performances pra lá de estranhas do Renato Russo? Alguns viram uma celebridade que aproveitou a situação para se promover, o que é uma análise rasa que ignora o ótimo momento de sua carreira, já que Wagner é considerado um dos melhores atores brasileiros de sua geração, e isso não é pouca coisa.
Eu vi um fã sincero que se divertia no palco, mesmo sem os atributos do seu ídolo, e, cá para nós: alguém esperava isso dele? O público cantou junto e foi difícil não me recordar dos meus já distantes dias de adolescente.
Nas palavras do Wagner Moura: “É
Legião porraaaaa!!!”