No último domingo me senti mais uma vez enganado pela TV, por mais clichê que isso possa soar. Por alguma razão inexplicável (chame de boa fé ou ingenuidade mesmo), acreditei que a entrevista de Rosane Collor, ex-mulher do ex-presidente Fernando Collor de Mello, fosse trazer algum conteúdo relevante que valesse a pena a espera.
Para minha decepção, a matéria exibida, com destaque, pelo Fantástico pode ser resumida em banalidades como “revelações” sobre as práticas religiosas de Collor de Mello, sob um viés retrógado e conservado, vale ressaltar, reclamações da ex-primeira dama a respeito de sua pensão alimentícia e marketing descarado de um livro a ser lançado e que promete revelções bombásticas sobre o passado do ex-presidente.
O que mais me surpreendeu foi o fato de a Globo dar toda aquela atenção a uma matéria tão fútil, reforçando o vale tudo em sua procura por audiência , até dar voz, em horário nobre, a uma figura tão desprovida de conteúdo quanto Rosane Collor.
Na verdade a predileção por audiência acima de tudo não me surpreendeu, isso é parte do módus operandi da Vênus Platinada, desde a sua fundação nos anos 60. Mas o nível raramente chegou tão baixo. Rosane, por sua vez conseguiu a atenção que queria, e deve conseguir boas vendas de seu livro, tão logo ele saia, isso sem falar no fato de que a sua pensão deve sair dos míseros R$ 18.000,00 mensais para os tão almejados R$ 40.000,00.
De tudo o que foi dito a única coisa digna de nota, por falta de opção mesmo, foi o impagável “jesuscidência”, proferido por ela ao tentar explicar como a intervenção divina a livrou da má sorte provocada pelos atos religiosos nefastos do ex-marido.