Dark Knight:"Bom demais para ser verdade” acho que essa é a frase que tomou conta das mentes dos nerds do mundo inteiro ao assistir Dark Knight , adaptação do herói Batman para as telas de cinema.
Uma das grandes virtudes do filme é o fato de não ser uma produção voltada exclusivamente para o público leitor de quadrinhos, embora as características dos personagens tenham sido respeitadas. Aliás, o Coringa interpretado por Heath Ledger é melhor que qualquer versão do personagem apresentada anteriormente.
O último trabalho completo deste ator australiano é digno de reconhecimento, inclusive supera em muito a caracterização feita por Jack Nicholson em 1989. O vilão é a alma do filme em muitos aspectos, uma verdadeira força fora de controle, mas o núcleo dramático da história gira em torno do personagem interpretado por Aaron Eckhart, o promotor público Harvey Dent, que posteriormente se transforma no vilão Duas Caras.
Christopher Nolam já havia conseguido apagar o estigma dos filmes de Joel Schumacher e Tim Burton ao repaginar o personagem com o seu “Batman begins”, mas Dark Knight destrói definitivamente qualquer referência às piadas infames e às luzes de neon dos homens-morcego anteriores.
Trata-se de um filme sombrio que faz jus ao título “cavaleiro das trevas”, o roteiro é coerente, complexo, não deixa pontas soltas e em momento algum o filme faz concessões que o façam perder a dignidade para que possa atingir uma gama maior de espectadores.
O roteiro se mantém surpreendente até mesmo para quem já tinha uma leve noção da abordagem da história e o clímax continua crescendo mesmo após a última aparição de Ledger na tela. O tema central é a responsabilidade e a importância de Batman enquanto símbolo de uma cidade corrompida pelo crime. Vemos o fardo que Bruce Wayne terá que carregar por ser a única pessoa capaz disso, fica claro o papel de pária assumido pelo personagem, um pária muito mais necessário que um herói para a caótica Gotham City.
A grande surpresa é que o filme é sucesso de crítica, um dos maiores blockbusters da história de Holliwood, superando até mesmo a bilheteria de filmes como Spider-man 3, e isso tudo seguindo uma receita nada convencional para os tradicionais filmes de verão, em sua maioria pirotécnicos e descerebrados.
A película já é um clássico, não apenas como adaptação de Hqs, mas como obra cinematográfica. Se a Warner for seguir a mesma receita para as demais produções baseadas em vigilantes fantasiados, então boas novidades estarão à nossa espera.