Tão perto das eleições presidenciais norte-americanas (novembro de 2012) e aquele otimismo que contagiou a todos na ocasião em que Obama foi eleito parece simplesmente ter desaparecido. Vamos aos fatos: há poucas razões para qualquer otimismo em relação ao futuro político dos Estados Unidos. O país não tem apresentado indícios de crescimento e sua máquina de guerra começa a lhe custar caro, atingindo uma região sensível do Tio Sam, o bolso.
Redundante dizer, mas vale lembrar assim mesmo, que W Bush, o antecessor de Obama, havia realizado uma campanha tão ruim que até o estadunidense mais conservador estava ansioso para se livrar dele, logo o mundo respirava aliviado pelo fato de George se despedir da Casa Branca. Isso foi amplificado um milhão de vezes com a possibilidade de o novo ocupante da cadeira presidencial ser um negro- o que era, e é, uma quebra de paradigmas digna de nota - além de ser do partido republicano, "O" contra-ponto ao que Bush representava políticamente.
No entanto, a América continuaria a mesma. Não me lembro de quem foi essa frase mas ela se encaixa perfeitamente no contexto “somos um país muito conservador e não mudaremos tão facilmente”, Fato! Logo é ilusão imaginar que alguém poderia se sobrepor a toda a história política dos Estados Unidos da América e mudar drasticamente sua relação com o restante do mundo.
Mas o maior desafio do então novo presidente não se encontrava nos embates bélicos do oriente médio e sim em casa. A economia precisava crescer, era necessário que mais empregos fossem gerados, o que não aconteceu de forma expressiva.
Hoje a realidade econômica dos norte-americanos é ainda mais grave e isso se reflete em movimentos como o Ocuppy Wall Street e o Tea Party. Embora partam de pontos de vista antagônicos (o primeiro situado mais à esquerda e o segundo proveniente de uma linha conservadora de direita) os dois movimentos demonstram a insatisfação dos americanos com a stual situação e demonstra a fragilidade financeira do país. Segundo especialistas, a desigualdade social americana é comparável a países da América do Sul e da África.
Como resultado, o eleitorado que deu a vitória a Obama se sente enganado porque o Presidente não pôde reduzir as disparidades sociais, e os mais tradicionalistas, normalmente ligados às elites econômicas norte americanas, anseiam por um sucessor que seja capaz de preservar o status quo e os privilégios de alguns grupos.
Escrevi há algum tempo que a morte de Osama Bin Laden, ícone máximo do terrorismo após o 11 de setembro, poderia dar vantagens a Obama nas reeleições, mas ao que parece isso não irá comover o povo americano se seus bolsos continuarem vazios. Trocadilho infame, mas pertinente: nem Osama salva Obama. Piadas a parte, o que assusta é que, no lugar de Obama, a Casa Branca pode receber um republicano ainda mais retrógrado do que George Bush foi, e então teríamos um Estado Americano muito menos disposto ao diálogo do que o que temos hoje. Nada é tão ruim que não possa ser piorado.
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