domingo, 30 de junho de 2013

O QUE HÁ DE NOVO?

*Foto: Segundo dia de manifestações em Belo Horizonte/ Minas Gerais

Movimentos como a Primavera Árabe, Ocuppy Wall Street, os protestos na Turquia e a onda de manifestações no Brasil, são indícios claros de que os atuais modelos de representação política passam por uma grave crise de legitimidade. Há uma dissonância perceptível entre os anseios dos grupos sociais e as direções tomadas por seus líderes. 
O Ocuppy Wall Street (2011) pode ser apontado como um dos mais emblemáticos, não pelo grau de importância em relação a outros movimentos, mas por evidenciar disparidades sociais claras, isso bem no centro do capitalismo mundial, os Estados Unidos da América.
O slogan “we are the 99%” chamava a atenção para o quanto custa manter as riquezas e privilégios de uma minoria, os “1%” mais ricos, em detrimento do restante da população, colocando em xeque a ideologia econômica que tem norteado o American Way of Life e apontando a sua evidente falência.

A primavera Árabe (2010), que é anterior ao Ocuppy, levou pessoas às ruas com o objetivo de derrubar regimes ditatoriais que se mantinham no poder a décadas em países como Egito, Líbia e Tunísia. Um processo semelhante pôde ser observado nos protestos na Turquia, numa reação popular a um estado muçulmano fundamentalista defendido pelo Primeiro Ministro Erdogan.  Em todos os casos há padrões que se repetem:
Papel preponderante das redes sócias na organização das mobilizações e na divulgação de imagens que denunciavam os excessos de violência.
Desconexão e ausência de diálogo por parte dos representantes políticos, uma vez que, ou responderam através da força ou simplesmente negligenciaram as reivindicações, evidenciando relações de poder esquizofrênicas e anacrônicas.


O Brasil seguiu uma cartilha semelhante com o gigantesco protesto iniciado pelo Movimento Passe Livre. O que começou como uma luta pela redução de 20 centavos nas passagens de ônibus em São Paulo ganhou a adesão de diversas bandeiras e desencadeou a maior manifestação da história do país, com uma diferença bem pontuada pelo sociólogo espanhol Manuel Castells: O fato de Dilma Rousseelf ter demonstrado uma abertura ao diálogo que não ocorreu nos casos anteriores. Ao sugerir um plebiscito para a reforma política ela confere poder ao povo para tomar decisões importantes, mesmo contrariando o modus operandi do Congresso Nacional e gerando insatisfação generalizada entre os seus representantes. Em um momento de exceção, no qual as instituições e as maneiras tradicionais de participação mostram-se insuficientes e ineficientes, novas formas de construção popular e coletiva se fazem necessárias. 

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