Quando ingressei na faculdade de
jornalismo, em 2003, minha professora de produção de texto, Regina Motta,
chamou a atenção para algumas deficiências da minha escrita. Naquela altura do
campeonato o remédio era me dedicar bastante, tanto à leitura quanto à produção
textual. Não que isso fosse algum sacrifício. A ideia de aprender e
compartilhar isso de alguma forma me fascinava, e muito.
Júlio César Buere, então meu professor de
ciências políticas, havia dito que escolhemos “uma vida ao lado de livros”,
outra ideia que me agradou em cheio e me perseguiu ao longo dos anos. Daí virei
consumidor ávido, embora ainda leia e escreva bem menos do que gostaria.
Essa necessidade prática de
articular e registrar ideias me levou à criação do blog “No Foco”, espaço para
exercitar o pensamento e aprimorar habilidades necessárias ao ofício que
escolhi. Hoje, quando vejo várias das minhas postagens encontro ideias das
quais me orgulho, mas que foram mal articuladas, textos que me dão plena satisfação
por tê-los escrito e outros totalmente dispensáveis, até mesmo na finalidade.
Mas mesmo estes trabalhos menos dignos de ostentação foram necessários e dizem
muito sobre quem fui, quem sou e trazem alguns dos porquês de eu ter traçado
determinados caminhos.
É meio que uma metáfora da vida.
Acho que todo mundo arrisca um pouco da sua porção filósofa em determinados
momentos, no meu caso, aniversários sempre despertam alguma reflexão
sobre minha própria trajetória, com seus erros, acertos, tentativas, avanços,
recuos, interrogações, exclamações e reticências...
Assim como meus textos, meu caminho nessas mais de três décadas de vida possui partes das quais gosto
muito e outras nem tanto. Obviamente fico com o saldo positivo de tudo e, olhando
daqui, alguns episódios me parecem dignos de esquecimento, mas tiveram seu papel na minha
formação pessoal e até me ensinam da importância das tentativas e do valor dos
equívocos, que muitas vezes ensinam mais que muitos acertos. Aliás, perfeição é
algo muito chato (irreal até) e não pretendo persegui-la. O que não é uma
muleta para a repetição dos erros.
Olhando adiante, o que me
impulsiona são as tentativas que me permitirão novos aprendizados. E me
interessa muito mais a liberdade, sem amarras e obrigações com as “certezas”,
do que as hesitações.
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