Pra muita gente é difícil
(sabe-se lá o porquê) compreender qualquer crítica à nossa mídia atual como
algo que vá além do maniqueísmo ou da disputa entre governo e oposição. O “mídia
golpista” pode até ter virado um clichê, com os perigos que qualquer frase feita
traz, mas não dá pra dizer que o termo é
gratuito. Essa semana Romário
literalmente "tirou onda" e expôs (de novo) o "jornalismo"
medíocre e sempre mal intencionado da Veja. Revistinha que se esconde por trás
dos preceitos de liberdade de expressão e liberdade de imprensa para agir da
forma mais irresponsável e canalha. Lula decidiu processar o diretor da revista
e alguns dos seus funcionários por assinarem um texto falacioso sobre uma
delação que nunca aconteceu. Incitar o ódio, publicar inverdades, promover a
confusão através do medo, são práticas que parecem fazer parte do modus operandi do nosso jornalismo, com
todo respeito aos veículos e jornalistas sérios que ainda dignificam a
profissão.
É um exagero atribuir a culpa de
tudo à imprensa (assim como o é atribuir ao governo, etc, etc) mas a parcela de
responsabilidade dos veículos deve ser cobrada, e não é pequena. Fomentar a
ignorância política, o “fla-flu”, a visão superficial e rasteira de tudo,
interessa a quem? Ao povo é que não.
Donos dos jornalões, TVs e rádios
rugem com todas as forças quando se fala em regulação da mídia e querem
convencer que qualquer movimento nesse sentido significa uma volta à “censura”
e usam os termos “democracia” e “liberdade” pra justificar suas ações, até as mais
absurdas. Certa vez um professor me disse que o fazer jornalístico consiste em uma
tentativa de traduzir o mundo, com suas complexidades e idiossincrasias. Obviamente
não é tarefa fácil. Imagine então se isso está nas mãos de quem não se
responsabiliza, ou por quem se pauta por interesses particulares dos mais
escusos? Claro que imprensa tem que ser
livre, e responsável também.
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